Educai as crianças, para que não seja necessário punir os adultos. Pitágoras

Educai as crianças, para que não seja necessário punir os adultos. Pitágoras
“O principal objetivo da educação é criar pessoas capazes de fazer coisas novas e não simplesmente repetir o que as outras gerações fizeram.” Jean Piaget

Número de homicídios em Mossoró no ano de 2013

Até o momento, foram registrados 133 homicídios na metrópole do futuro.
Alguém acredita que nossas autoridades (Prefeita, Governadora, Vereadores etc.) estão preocupadas com isso?

Quem sou eu

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Em um relacionamento divertido com o conhecimento, a vida, a família e a profissão docente.

domingo, 23 de junho de 2013

A cara de Mossoró. Infelizmente.


Mais um

Só para variar, ontem ocorreu mais um homicídio em Mossoró.

São 92 homicídios em menos de 6 meses.

Estamos caminhando para um novo recorde de mortes violentas no primeiro ano de mandato de Claudia Regina?

O que ela (a prefeita) e a Rosa (a governadora) estão fazendo para mudar essa realidade?

Esse é o legado do DEM para o povo de Mossoró.

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Seria ótimo...


Alguma coisa está fora da ordem

Para manter a "governabilidade" a presidenta Dilma fez alianças com o que há de pior na política brasileira (só faltou o DEM e o PSDB).

Parece contraditório mas, para governar, a presidenta se aliou com políticos que não a deixam governar, de fato.

Todos os privilégios foram mantidos, a corrupção corre solta e o governo não é capaz de fazer aquilo que precisa ser feito.

Em um país que tem Henrique Alves como presidente da câmara dos deputados e Renan Calheiros como presidente do senado, alguma coisa está MUITO fora da ordem.

Felizmente, a população (ou parte dela) começou a perceber isso.

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Finalmente!

Há cerca de 4 anos venho utilizando esse blog para manifestar minha indignação diante de todos os absurdos que presencio diariamente como cidadão brasileiro.

Escândalos de corrupção, problemas na saúde, na educação e a violência que toma conta de todo o país e, especialmente, de Mossoró, foram constantemente retratados nos nossos posts.

Porém, o que me deixava mais triste era constatar que a nossa população parecia anestesiada diante de todos os problemas que o nosso país enfrenta e para os quais os políticos eleitos não apresentam nenhuma solução.

Há poucos dias cheguei a comentar com meus alunos sobre a minha tristeza com relação ao fato de que nossa juventude se mostrava muito apática, usando as redes sociais, predominantemente, para curtir fotos ou transmitir mensagens de autoajuda.

Para minha alegria, finalmente, o país acordou.


Manifestações se espalham por todo o Brasil e mostram que não é possível conviver com problemas que já deveriam ter sido solucionados há bastante tempo.

Talvez agora a Presidenta Dilma pare de assistir programas de humor e comece a fazer aquilo para o qual ela foi eleita.

Infelizmente, no Brasil, a maioria dos políticos só faz alguma coisa motivada por pressão e, especialmente, pelo medo de perder a próxima eleição.

P. S.: Como vocês devem ter notado, nem perdi meu tempo falando sobre a inércia da prefeita de Mossoró (e da sua antecessora) ou sobre a governadora do RN, pois dessas três eu nunca esperei nada mesmo.

Telexfreee interditada judicialmente

A Ympactus Comercial Ltda, mais conhecida como Telexfree, está interditada judicialmente em todo o Brasil. A empresa de marketing multinível está proibida de efetuar novos cadastros de divulgadores e de efetuar pagamentos aos divulgadores já cadastrados, sob pena de multa diária de R$ 100 mil por cada novo cadastro ou pagamento. No Rio Grande do Norte, segundo dados recentes, cerca de 75 mil potiguares integram o grupo.

A decisão é da juíza Thaís Khalil, titular da 2ª vara cível do Rio Branco, no Acre. O Ministério Público do Estado do Acre (MP/AC), por intermédio da Promotoria de Defesa do Consumidor e Promotoria de Defesa dos Direitos Humanos, foi o autor da medida cautelar preparatória de ação civil pública contra a Telexfree. A empresa tem cinco dias para apresentar sua defesa e 10 dias para recorrer à segunda instância.

A decisão da juíza ainda determinou o congelamento dos bens e o bloqueio de valores existentes em contas bancárias e aplicações financeiras da Telexfree, assim como os de seus sócios, Carlos Roberto Costa e Carlos Nataniel Wanzeler. Khalil acrescentou na setença que, até amanhã, a Telexfree será obrigada a exibir em seu site, por meio de pop-up um cartaz informando seus divulgadores sobre o conteúdo da liminar, sob pena de R$ 500 mil por dia caso não cumpra o estabelecido.

fonte: Diário de Pernambuco

Nota do blog: Como sempre, alguns ganharam muito e muitos outros entraram pelo cano.

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Padrão FIFA

Precisamos de padrão FIFA para:

Saúde;

Educação;

Segurança;

Gasto dos recursos públicos.

E não apenas para estádios de futebol.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

O que o Movimento Passe Livre está dizendo ao PT

Por: Paulo Nogueira.
 
Nunca na história do PT, para usar uma expressão cara a Lula, o partido enfrentou uma pressão social tão genuína, tão intensa e tão espontânea.

O PT se acostumou à vida mansa proporcionada por sindicatos e associações estudantis domesticadas.

A folga acabou. Se não é bom para o PT, para o Brasil é.

Sem indignação, sem mobilização, sem protesto você não consegue nada. Teríamos que nos conformar com a baixa velocidade do PT nas reformas sociais que mitiguem a vergonhosa desigualdade entre os brasileiros.

A cada lista internacional de desenvolvimento social, lá está o Brasil em colocações medíocres, abaixo mesmo dos vizinhos latino-americanos.

O PT acabou se abarrotando de alianças com setores que combatem pelo atraso social – como os ruralistas, por exemplo.

Tinha que irromper protesto no Brasil, e tinha que ser de movimentos sem compromisso com o PT.

Não estamos falando da fajutice retrógrada de pseudomovimentos como o Cansei e coisas do gênero.

Falamos de coisas reais.

Uma é o Movimento Passe Livre, o já conhecido MPL. A insatisfação de seus integrantes vai muito além, naturalmente, das tarifas de ônibus, embora se expressem por elas.

Não é um grupo antipetista, embora os petistas gostem de dizer que é. Eles já estavam fazendo os mesmos protestos contra Kassab. Apenas a mídia ignorou.

A mídia está dando destaque agora porque, presumivelmente, acha que pode fixar nos paulistanos a ideia de que Haddad não consegue gerir a cidade.

Essa percepção, eventualmente, pode ajudar o PSDB mais para a frente, nas eleições para governador, em 2014.

A Juventude do PT, que acaba de declarar apoio às reivindicações do MPL, já estava lado a lado com seus líderes nos protestos contra Kassab.

É positivo tirar o PT da zona de conforto social. Há que cobrar mais, exigir mais realizações. Dez anos no poder não são cem anos, é certo, mas também não são dez semanas ou dez meses.

Não dá para os brasileiros aturarem a mesma ladainha de sempre: a de que o PT herdou uma situação horrorosa e não teve tempo ainda de fazer o serviço.

Em outra fronte também aparece uma pressão que só pode merecer aplausos: a dos índios.

Indigenistas apontam um fato incrível: a falta de diferença entre o tratamento dispensado aos índios na ditadura militar e o que o governo Dilma dá a eles hoje.

Dilma, há poucos dias, disse que não perdia um Sai de Baixo. Ora, se ela tem tempo para ver esse lixo televisivo deveria abrir uma brecha na agenda para receber os índios.
indios (1)


Até agora, ela não falou pessoalmente com os indígenas. Mas está constantemente com os ruralistas.

Desde Collor, nenhum presidente demarcou tão poucas terras para os índios quanto Dilma.

Não basta ao PT ter discurso social. Há que ter ação.

Tremo quando ouço Lula dizer que nunca os banqueiros ganharam tanto como ganharam sob ele. Está errado. Eles tinham que ter ganhando menos, para que sobrassem mais recursos para os milhões de miseráveis brasileiros.

O que Lula pensa que é uma virtude é, na verdade, um defeito: ele mexeu bem menos do que deveria nos privilégios do chamado 1%.

Tinha que dar no que deu: a voz rouca das ruas, seja branca ou vermelha, negra ou amarela, parda ou o que for, tem um limite de paciência.

E ele se esgotou.

Se o PT não quer se tornar amanhã o que o PSDB é hoje, um partido desconectado do que acontece na sociedade, tem que se mexer.

Tem que acelerar, e muito, o pedal das reformas.

Fonte: Diário do centro do mundo.

Nota do blog: Reflexão importante e que deveria ser levada a sério, especialmente pelos próprios militantes do PT, que se consideram acima do bem e do mal, simplesmente porque a gestão petista conseguiu ir um pouco mais longe do que os incompetentes da dupla PSDB/DEM.

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Baraúnas e Brasiliense empatam

Em uma tarde com atacantes pouco inspirados no estádio Serejão, Brasiliense e Baraúnas empataram no 0 a 0, neste sábado, em Taguatinga, no Distrito Federal. Tanto os donos da casa quanto os visitantes tiveram inúmeras oportunidades de gol, mas pararam nos goleiros Welder e Érico, que fizeram importantes defesas e garantiram os dos zeros no placar.

O resultado não foi bom para nenhum dos dois times. Goleados na primeira rodada da Série C, Brasiliense e Baraúnas somam agora um ponto cada, em seis disputados. Ainda assim, foi suficiente para ambos deixarem a zona de rebaixamento do Grupo A: Baraúnas e o sétimo e Brasiliense o oitavo (o time potiguar leva vantagem no saldo de gols).

Por conta da Copa das Confederações, a Série C para ao fim desta segunda rodada e só volta no próximo mês. No retorno do campeonato, o Brasiliense jogará novamente em casa, contra o Luverdense, no dia 6 de julho. Já o Baraúnas receberá o Treze, no estádio Marizão, no Rio Grande do Norte, dia 10 de julho.

domingo, 9 de junho de 2013

Queda na popularidade de Dilma

A popularidade da presidente Dilma Rousseff caiu pela primeira vez desde o início de seu mandato, há dois anos. Pesquisa Datafolha realizada quinta e sexta-feira mostra que 57% da população avalia seu governo como bom ou ótimo. São 8 pontos a menos que no levantamento anterior, feito em março.

A presidente perdeu popularidade entre homens e mulheres, em todas as regiões do país, em todas as faixas de renda, idade e escolaridade, segundo o Datafolha.

As maiores oscilações foram verificadas entre brasileiros que ganham mais de dez salários mínimos (queda de 24 pontos), entre os que têm ensino superior (16 pontos), moradores da região Sul (13 pontos) e pessoas que têm entre 25 e 34 anos (13 pontos).

Os números do Datafolha indicam que a deterioração da imagem de Dilma é um reflexo do aumento do pessimismo dos brasileiros com a situação econômica do país e mostram que a população está mais preocupada com a inflação e o desemprego.

Ainda que apenas 11% avaliem a atuação de Dilma como ruim ou péssima na economia, todos os indicadores de expectativa pioraram.

Para 51%, a inflação vai subir. Em março, esse índice era de 45%. A mesma tendência pode ser observada nas questões sobre desemprego, poder de compra do salário, situação econômica do país e do próprio entrevistado.

Mais eloquentes são os dados sobre o passado recente: 80% dizem que notaram alta de preço dos alimentos nos últimos 30 dias. Só 3% dizem que notaram redução. O mesmo ocorre com material de higiene pessoal e de limpeza.

O noticiário dos últimos dias também pode ter influenciado. Dois problemas tiveram grande repercussão: o tumulto no pagamento do Bolsa Família, não esclarecido, e a tensão com indígenas do Norte e do Mato Grosso do Sul.

O período coincide ainda com a propaganda eleitoral de rádio e televisão dos dois principais partidos de oposição ao governo: PSDB e DEM.

Fonte: Folha de São Paulo

Nota do blog: Apesar de não possuir bola de cristal, vou alertar a turma do PSDB e do DEM que não adianta se animar com essa notícia.

Na minha modesta opinião, dificilmente alguém tira a vitória de Dilma nas eleições de 2014.
 

Pérolas de um promotor de justiça

Vejam só o que diz esse promotor de justiça de São Paulo acerca de uma manifestação do PSOL e do PSTU.


O que esperar de uma justiça feita por sujeitos como esse?

O pior de tudo é constatar que esse sujeito tem vários seguidores nas redes sociais.

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Câmara aprova redução de salários de professores em Juazeiro do Norte

A Câmara Municipal de Juazeiro do Norte aprovou na tarde desta quinta-feira, 6, mensagem do prefeito Raimundo Macedo (PMDB) que reduz em até 40% o salário dos professores da rede pública do Município. A votação ocorreu sob protestos da categoria e acabou com conflito entre vereadores, educadores e Polícia Militar – com uso de cassetetes e spray de pimenta.


 Mesmo com o tumulto, o projeto foi aprovado com 12 votos favoráveis, quatro contrários e três abstenções. Além de reduzir salário dos professores pelo corte de gratificações de insalubridade, a mensagem ainda aumenta a carga horária e retira direitos da categoria – como benefícios para educadores próximos da aposentadoria ou que ficarem doentes no exercício da profissão.

O clima esquentou logo no início da sessão, com o presidente da Câmara de Juazeiro, Antônio de Lunga (PSC), batendo boca com vereadores da oposição. A situação se agravou quando manifestantes invadiram o plenário da Casa, sendo contidos pela Polícia e Guarda Municipal. O projeto foi aprovado sob vaias dos professores.

Prefeitura
Durante a votação, o líder do governo na Câmara, Nivaldo Cabral (DEM), defendeu o projeto e destacou a necessidade de reduzir a folha da Prefeitura, que estaria “inviável”. Ele ressaltou que professores de Juazeiro tem salários acima do piso pago no Estado. O argumento do vereador foi rejeitado pela categoria, que acusa o Executivo de manter grande número de cargos comissionados “desnecessários” na gestão.
O Povo tentou entrar em contato com a Prefeitura de Juazeiro, mas não obteve resposta. Funcionários da gestão afirmaram que não podem se manifestar sobre o caso, pois o prefeito Raimundo Macedo se encontra em viagem ao exterior.

Atualmente, o piso estabelecido pelo Ministério da Educação para o magistério é de R$ 1,56 mil. Somando gratificações, professores de Juazeiro recebem cerca de R$ 2,2 mil. Com os descontos, educadores poderão perder até R$ 600.

Fonte: O povo online 

Nota do blog: Que argumento ridículo esse apresentado pelo Vereador Nivaldo Cabral (tem que ser do DEM). Justificar a redução dos salários porque o salário dos professores está acima do PISO NACIONAL é de uma estupidez sem limites, pois o piso é o mínimo que um profissional deve receber. Não há nada de errado nisso.

Tem que avisar para esse vereador que o problema é quando o salário esta acima do TETO, que é um valor determinado por lei. 

Ser professor nesse país é mesmo uma coisa sem futuro. Enquanto médicos lutam por $melhores condições de trabalho$ e servidores do judiciário ganham salários próximos do limite determinado pela lei, em muitos Estados e Municípios os professores ainda estão brigando por um PISO SALARIAL de pouco mais de R$ 1500,00, que é o mínimo exigido pela lei.

Nunca é demais lembrar que vários governadores entraram na justiça contra a lei do PISO para os professores, pois nem essa esmola eles queriam pagar.

Oito anos de FHC e mais de 10 anos de PT e os professores continuam sendo desvalorizados e mal remunerados.

Fica a dica: Os professores lidam, diariamente, com um grande número de alunos, e esses alunos são ou serão eleitores. Seria interessante que os professores usassem essa oportunidade para mostrar aos alunos a importância de escolher bem seus representantes.

Infelizmente, muitos professores não fazem isso e, para piorar a situação, existem aqueles que ainda votam em políticos sem nenhum compromisso com a educação pública, gratuita e de qualidade.

Ao invés de chorar, vote bem e forme bem seus alunos.

Ou será que nenhum professor de Juazeiro do Norte votou nesse prefeito ou nos vereadores que aprovaram a redução dos salários dos professores?

Enquanto isso:

Vereadores de Juazeiro do Norte aprovam férias de 3 meses 

terça-feira, 4 de junho de 2013

Os delírios da classe média brasileira

Por Adriana Setti

No ano passado, meus pais (profissionais ultra-bem-sucedidos que decidiram reduzir o ritmo em tempo de aproveitar a vida com alegria e saúde) tomaram uma decisão surpreendente para um casal – muito enxuto, diga-se – de mais de 60 anos: alugaram o apartamento em um bairro nobre de São Paulo a um parente, enfiaram algumas peças de roupa na mala e embarcaram para Barcelona, onde meu irmão e eu moramos, para uma espécie de ano sabático.

Aqui na capital catalã, os dois alugaram um apartamento agradabilíssimo no bairro modernista do Eixample (mas com um terço do tamanho e um vigésimo do conforto do de São Paulo), com direito a limpeza de apenas algumas horas, uma vez por semana. 

Como nunca cozinharam para si mesmos, saíam todos os dias para almoçar e/ou jantar. Com tempo de sobra, devoraram o calendário cultural da cidade: shows, peças de teatro, cinema e ópera quase diariamente. Também viajaram um pouco pela Espanha e a Europa. E tudo isso, muitas vezes, na companhia de filhos, genro, nora e amigos, a quem proporcionaram incontáveis jantares regados a vinhos.

Com o passar de alguns meses, meus pais fizeram uma constatação que beirava o inacreditável: estavam gastando muito menos mensalmente para viver aqui do que gastavam no Brasil. Sendo que em São Paulo saíam para comer fora ou para algum programa cultural só de vez em quando (por causa do trânsito, dos problemas de segurança, etc), moravam em apartamento próprio e quase nunca viajavam.

Milagre? Não. O que acontece é que, ao contrário do que fazem a maioria dos pais, eles resolveram experimentar o modelo de vida dos filhos em benefício próprio. “Quero uma vida mais simples como a sua”, me disse um dia a minha mãe. Isso, nesse caso, significou deixar de lado o altíssimo padrão de vida de classe média alta paulistana para adotar, como “estagiários”, o padrão de vida – mais austero e justo – da classe média europeia, da qual eu e meu irmão fazemos parte hoje em dia (eu há dez anos e ele, quatro). O dinheiro que “sobrou” aplicaram em coisas prazerosas e gratificantes.

Do outro lado do Atlântico, a coisa é bem diferente. A classe média europeia não está acostumada com a moleza. Toda pessoa normal que se preze esfria a barriga no tanque e a esquenta no fogão, caminha até a padaria para comprar o seu próprio pão e enche o tanque de gasolina com as próprias mãos. É o preço que se paga por conviver com algo totalmente desconhecido no nosso país: a ausência do absurdo abismo social e, portanto, da mão de obra barata e disponível para qualquer necessidade do dia a dia.

Traduzindo essa teoria na experiência vivida por meus pais, eles reaprenderam (uma vez que nenhum deles vem de família rica, muito pelo contrário) a dar uma limpada na casa nos intervalos do dia da faxina, a usar o transporte público e as próprias pernas, a lavar a própria roupa, a não ter carro (e manobrista, e garagem, e seguro), enfim, a levar uma vida mais “sustentável”. Não doeu nada.

Uma vez de volta ao Brasil, eles simplificaram a estrutura que os cercava, cortaram uma lista enorme de itens supérfluos, reduziram assim os custos fixos e, mais leves,  tornaram-se mais portáteis (este ano, por exemplo, passaram mais três meses por aqui, num apê ainda mais simples).

Por que estou contando isso a vocês? Porque o resultado desse experimento quase científico feito pelos pais é a prova concreta de uma teoria que defendo em muitas conversas com amigos brasileiros: o nababesco padrão de vida almejado por parte da classe média alta brasileira (que um europeu relutaria em adotar até por uma questão de princípios) acaba gerando stress, amarras e muita complicação como efeitos colaterais. E isso sem falar na questão moral e social da coisa.

Babás, empregadas, carro extra em São Paulo para o dia do rodízio (essa é de lascar!), casa na praia, móveis caríssimos e roupas de marca podem ser o sonho de qualquer um, claro (não é o meu, mas quem sou eu para discutir?). Só que, mesmo em quem se delicia com essas coisas, a obrigação auto-imposta de manter tudo isso – e administrar essa estrutura que acaba se tornando cada vez maior e complexa – acaba fazendo com que o conforto se transforme em escravidão sem que a “vítima” se dê conta disso. E tem muita gente que aceita qualquer contingência num emprego malfadado, apenas para não perder as mordomias da vida.

Alguns amigos paulistanos não se conformam com a quantidade de viagens que faço por ano (no último ano foram quatro meses – graças também, é claro, à minha vida de freelancer). “Você está milionária?”, me perguntam eles, que têm sofás (em L, óbvio) comprados na Alameda Gabriel Monteiro da Silva, TV LED último modelo e o carro do ano (enquanto mal têm tempo de usufruir tudo isso, de tanto que ralam para manter o padrão).

É muito mais simples do que parece. Limpo o meu próprio banheiro, não estou nem aí para roupas de marca e tenho algumas manchas no meu sofá baratex. Antes isso do que a escravidão de um padrão de vida que não traz felicidade. Ou, pelo menos, não a minha. Essa foi a maior lição que aprendi com os europeus — que viajam mais do que ninguém, são mestres na arte do savoir vivre e sabem muito bem como pilotar um fogão e uma vassoura.

PS: Não estou pregando a morte das empregadas domésticas – que precisam do emprego no Brasil –, a queima dos sofás em L e nem achando que o “modelo frugal europeu” funciona para todo mundo como receita de felicidade. Antes que alguém me acuse de tomar o comportamento de uma parcela da classe média alta paulistana como uma generalização sobre a sociedade brasileira, digo logo que, sim, esse texto se aplica ao pé da letra para um público bem específico. Também entendo perfeitamente que a vida não é tão “boa” para todos no Brasil, e que o “problema” que levanto aqui pode até soar ridículo para alguns – por ser menor. Minha intenção, com esse texto, é apenas tentar mostrar que a vida sempre pode ser menos complicada e mais racional do que imaginam as elites mal-acostumadas no Brasil.

Fonte: Época

Nota do blog: Aqui em Mossoró, conheço gente que só falta botar as tripas de fora para tentar manter um alto padrão de consumo, achando que as pessoas ao seu redor irão invejá-las.

Já ouvi mossoroense dizendo que andar em um carro popular não lhe caía bem.

Porém, esse esforço cobra um preço alto, pois várias dessas pessoas, fingem que são felizes durante o dia e, a noite, precisam de um tarja preta para poder dormir, de tão preocupadas que estão em manter as aparências.

E tem bobão que ainda cai naquele discurso falso de que fulano "está bem" porque desfila em carro novo ou com roupa de "marca".

segunda-feira, 3 de junho de 2013

"Me sinto uma rainha" diz professora brasileira que leciona na Finlândia

País com a melhor educação do mundo, a Finlândia tem entre os seus professores da rede pública uma brasileira. Luciana Pölönen, de 26 anos, nasceu em Salvador (BA), é formada em letras pela Universidade Federal de Bahia (UFBA) e se mudou para Finlândia em 2008, com objetivo de fazer mestrado. Desde 2010, compõe o corpo docente finlandês. No país, no Norte da Europa, encontrou mais do que emprego, e sim, a valorização da profissão de lecionar.

"Eu me sinto como uma rainha ensinando aqui. Ser professor na Finlândia é ser respeitado diariamente, tanto quanto qualquer outro profissional!", afirma a brasileira, que se casou com um finlandês, tem uma filha de três anos, Eeva Cecilia, e está grávida à espera de um menino. "Aqui na Finlândia o sistema é outro, o professor é o pilar da sociedade."

A comparação com sua experiência escolar no Brasil é inevitável. "No Brasil só dei aulas em cursos, mas estudei em escola pública, sei como é. Sofria bullying, apanhava porque falava o que via de erradoe os professores não tinham o respeito dos pais", diz Luciana.

Com o trabalho nas duas escolas, Luciana ganha 2.500 euros, o equivalente a R$ 6.500. Luciana tem contrato temporário porque ainda não finalizou o mestrado, termina a dissertação no fim do ano, por isso há uma redução no salário de 15% e de tarefas extras.

"Tenho total liberdade para avaliar meu aluno, tenho a lista de coisas de que ele tem de aprender até o fim do ano, mas como vou fazer fica a meu critério. Não preciso aplicar prova a toda hora, nem justificar nada para o coordenador", afirma. "Temos cursos de aperfeiçoamento sem custo, descontos em vários lugares com o cartão de professor, seguro viagem, entre outros."

Para Luciana, os alunos aprendem porque há um comprometimento deles, dos pais e da comunidade. "Eles aprendem o respeito desde pequenos, a honestidade vem em primeiro lugar. As pessoas acreditam umas nas outras e não é necessário mentir. Um professor quando adoece pode se ausentar até três dias. Funciona muito bem."
 
Nota do blog: No Brasil, depois de oito anos de PSDB e mais de dez anos de PT, a profissão docente ainda é encarada como um bico, com um piso salarial ridículo, de pouco mais de R$ 1500,00.

Além dos baixos salários e a desvalorização social da profissão, os professores brasileiros ainda tem que lidar com a crescente violência que toma conta das escolas, de modo que, ser professor, virou uma atividade de risco.
 
Por esses e outros motivos, são pouquíssimos os bons alunos que se interessam pela profissão docente, de modo que as vagas nas licenciaturas são ocupadas, predominantemente, por alunos que fracassaram ao tentar entrar em outros cursos, o que ajuda a explicar os elevados níveis de evasão nos cursos de formação de professores.

Exemplos de boa educação não faltam. O que falta é interesse das pessoas que administram o Brasil em fazer da educação uma fonte de oportunidades para os setores menos privilegiados da população.

domingo, 2 de junho de 2013

Metade das escolas públicas do RN não possui bibliotecas

Os esforços do poder público em dotar as escolas oficiais de bibliotecas ainda estão longe de ser sentido em Natal e no Rio Grande do Norte, até de forma a mudar o comportamento e o hábito de leitura dos jovens estudantes. A diretora executiva do Instituto de Desenvolvimento da Educação, Cláudia Santa Rosa, o problema estrutural aponta para isso, pois conforme o próprio Censo Escolar dentre 50% e 60% delas não têm bibliotecas ou um espaço específico para acomodação de livros.

 “A comunidade escolar que respondeu ao Censo não reconhece, mesmo havendo um pequeno espaço, que tenha alguma biblioteca ou estante com livros”, afirmou Cláudia Santa Rosa, que também participou de um estudo de desenvolvimento do comportamento de leitores, feito em 180 escolas entre os anos de 2011 e 2012, no qual constatou-se, ainda assim, um crescimento vertical na relação das crianças, dos jovens e professores, “onde há  projetos sistemáticos e consistentes de formação de leitores”.

Para Cláudia Santa Rosa, o óbvio era de se esperar que todas as escolas alvo do estudo tivesse um trabalho de formação de leitores, “mas infelizmente, em termos práticos, isso não acontece”.

Segundo ela, as escolas que têm projetos e tomam isso como uma estratégia, conseguem avanços na mudança comportamental e dos hábitos de leituras dos alunos, mas existem muitas escolas “que ainda não compreenderam essa importância”, inclusive com envolvimento de toda a sociedade e do gestor público.
 
Fonte: Tribuna do Norte

Nota do blog: Faltam bibliotecas porque, no RN, as prioridades são outras.

Além do excessivo número de cargos comissionados e de pessoas que ganham sem ao menos dar expediente, há ainda os supersalários e os gastos astronômicos com festas e obras que só interessam aos empreiteiros (as obras para a copa do mundo são um ótimo exemplo).

sábado, 1 de junho de 2013

A cara de Mossoró

Uma ótima opção de fachada para as residências de Mossoró.


Como me disse uma aluna:

"Quem ainda não foi roubado em Mossoró, uma dia será. É só uma questão de tempo."